sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fragmentos 2

Vendo o cérebro como um computador, podemos presumir o cogumelo como a adição de uma nova partição do HD. Uma parte alternativa e independente do sistema operacional padrão. É um software livre, que tem uma maneira funcional diferente do Windows cotidiano. A maconha será meu disquete para o boot inicial do dia. A apartir dela escolherei a partição que me favorece a minha diversão. Uma nova idéia nasce nela, à certeza que todos estão errados.
Um gato, dois gatos, três gatos, correndo pela minha cabeça... A dose normal já não satisfaz.
O presente se abre dentro de mim, a Deusa voltou a falar comigo, sinto lentamente, suas cápsulas, explodindo à subir pelo meu peito até a minha cabeça, chegando ao ego. Volta pelos meus braços, até minhas mãos. Ele se torna parte, parte das teclas, ele sente a angustia das palavras dentro de mim, como em “A Passion Play”, uma tempestade movida por Sax e Flautas e Oboés.
Vejo minha vida lá embaixo, pergunto-me o que estou procurando tão baixo.
Respondo-me: “Família, cachorro que mata ovelha e eleitor do Collor, só matando!!!!
Vocês que estão me vendo agora, (finjo não notar esta parede de espelho que me separa de vocês), preparem-me uma dose, sem gelo e um pouco de água com gás. Gelada.

“Não me liberte
Estou fadado a servir o reverso da medalha
Whitman é o melhor
Miller pai
Hemmingway avô
Kerouac mestre
Burroughs professor
Bukoswki velho safado
Ginsberg poesia
Dylan Deus
Marx Criador
Glauber liberdade
Eu aprendiz”

- Dr. Gradaski, precisamos de você na sala dois. Venha imediatamente - ouvi isso quando tomei duas daquelas que faz pensar.
O bravo soldado caiu quando voltou salvar seu amigo. Devo cair também?
Cada gole me afunda na incerteza, no vazio, me faz acreditar naquilo que faço, na junk que me sustenta, nas mentiras que digo e nas mulheres que eu amo.
Tenho em meus amigos o meu abrigo, amo todos eles e os louvo.
Os meus amigos, anjos salvadores, meus guias nas horas de escuridão (Beware of Darkness). Aqueles que acreditam em mim, que sabem, “um dia ele conseguirá. Dará aos outros, as palavras que guarda”.
Eles, eu os amo. Nada do que eu fale, um dia será desmentido, vocês são a minha sanidade.

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