sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fragmento 2

L
evantei cedo hoje, tive uma noite bem mal dormida, daquelas que se bate a cabeça na parede para ter paz. Sentia-me um rato numa roda, rolando na cama pela eternidade. É engraçado como o tempo não passa quando se está de insônia, parece que ele vira uma nevoa densa que cobre tudo ao seu redor, impossível ver a um palmo dos seus olhos. Todos os seus problemas lhe visitam, batem na porta e sem licença tomam o melhor lugar na sua cabeça, fazem questão de mostrar que a realidade é abstrata, pois quando o que você mais precisa é de descanso, ficar acordado é nauseante; sua cabeça pesa seu corpo não responde e por fim a hiper-realidade (limiar entre estar acordado e dormindo), nesta parte você vive um sonho, se alevanta, vai ao banheiro, acende um cigarro, volta pra cama, num estado comparável ao transe. Você começa a ficar impaciente e as horas não correspondem ao esperado, elas simplesmente se negam a passar. Você tenta ver TV, é ridículo, pois seu corpo está em um estado, já á muito tempo biologicamente tentando repousar. Em uma batalha travada entre o corpo e a mente, geralmente quem perde somos nós, como uma batalha entre o céu e a terra, em que o premio é a humanidade. Neste ponto (mais ou menos após seis horas de insônia), você começa a ter alucinações, não são visuais (em meu caso), mas sonoras e desgastantes, carros buzinando, pessoas gritando, foguetes.
Estou acordado a 27 horas, sem uso de anfetaminas ou outras drogas inibidoras de sono e apetite, e creio que voltarei a escrever esse texto amanha.

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