sábado, 25 de julho de 2009

J. B.

BÁ! EU Q SOU POETA! Posta essa no teu blog!
Cão Miúdo, Cão Miúdo
Gosto tanto de você
Lhe pago um conhaque
Na esquina quando te ve
(Garras)
"homenagem aos amigos do coração: Betão & Cão Miúdo"

serviço de utilidade:
http://www.osarmenios.com.br

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mais um Anjo caido ? Claro que Não Porra

Pois é, se você é uma das poucas pessoas que visitam esse blog agora pode se acomodar na cadeira, apagar as luzes e colocar aquele Coltrane pra tocar, tenho uma grande cara aqui escrevendo e....... sem mais delongas leiam e depois para melhores apresentações passam por lá
ps: me deve uma ceva
ps:2 7 reais a mais me dariam 2 garrafas a menos mas me garantiam 9 anos a mais de vida, vinho vagadundo da Porra

visitem porra: http://gutodk.blogspot.com/


Reencontrando os amigos.


Lá estava eu, saindo de casa para ir ao banco tentar sacar algum dinheiro, a dias não sai muito de casa, estava muito depre, e naquele dia não era diferente.
Eram duas da tarde, e o banco fechava as três, mas não sabia se iria conseguir sacar o dinheiro, porque havia estourado o cartão de crédito no sábado com uma garrafa de uísque, era do bom , e estava com desconto de 30% acho eu , pelo meus cálculos, era R$ 80, e paguei apenas R$55, naquele dia decidi investir no meu trago, afinal gastava sempre em torno de 40 mangos quando saia no final de semana e bebia uísque barato e ainda não ficava totalmente bêbado, o que eu estava fazendo era um investimento, comprei o uísque 1L, e durou o fim de semana inteiro.
Bom, mas estava eu indo ao banco e me lembrei subitamente de um amigo meu, o Beto, também conhecido por Barney, dos simpsons, eu dei a ele esse apelido, o cara era indêntico. Cheguei no banco e , porra! Não deu pra saca o dinheiro.Estava com um puto tostão desde domingo, era segunda, mas quando não se tem cigarro é phoda.
Sai do banco, estava de skate fui até a esquina e telefonei pra ele.Só tinha três créditos no cartão, eu tinha quer ser rápido senão não dava para falar, porque era ligação pra celular.
A primeira tentativa caiu na caixa de mensagens, pensei –puta que pariu, o que vou fazer agora? Ele era meu plano do dia inteiro, afinal não saia de casa a dias e estava muito depre, e ele tinha certa experiência no assunto.
Tentei denovo e rolou, ele atendeu.
- alo?
-oi
- Beto, é o Guto, o que ta fazendo? Posso chegar ai?
-ooo Guto pode sim cara.
-Qual o numero do teu apto?
-É 305.
-Tu ta sozinho aí?
-to sim
-beleza, então to chagando até aí.
Larguei de carrinho e fui, tinha uma rua principal que era uma ladeira enorme que dava na rua de trás da casa dele, de forma que cheguei lá em menos de cinco minutos, mas durante a descida adrenalina rolou, e eu pensei –putzzz, esqueci a porra do apto, sabia que era no terceiro.
Cheguei lá e toquei no meu palpite, acertei.
Lá veio ele, nos abraçamos e subimos, na escada dava para ouvir o som do ap dele, era pixies, na escada ele falou – oh escuta, demorei a sacar que era pixies, então ele abriu a porta e então saquei, que som era.

Entrei e sentei no sofá, ele estava elétrico, pensei -tá bêbado, e logo perguntei ,
- tem aguma coisa ai pra nós beber, e ele trouxe da cozinha uma cachaça com fanta laranja, papo vai, papo vem eu falei.
-baixa essa porra!
Então disse ,
- pó Beto to na maior depre
- O que houve Guto?
- po cara, simplesmente não sei o que vou fazer.
-Como assim?
- Ah meu, não sei o que vai ser, o que vou fazer da vida.
-Eu estava viajando, estava em Florianópolis, vendo minha namorada, eu estava pensando em ir para lá morar com ela mas deu certo, tive que vazar por causa da mãe dela que estava indo pra lá, então fui a porto alegre, e fiquei um tempo com meu primo,bebemos todas as noites em que estive lá.
Eu estava deprimido e continuei depois que voltei.
Então ele falou
-po Guto, mas tu não! né veio, tu não pode ficar assim.
Isso porque sempre fui muito otimista, mas a formula não estava funcionando mais.Lembro de ele me dizendo para eu beber para eu poder falar com ele, e foi o que eu fiz, bebi aquela bira.
O Beto foi um cara que mudou minha vida , me deu um livro de um ocultista francês, que mudou minha vida, da água pro vinho, ele nunca conseguiu ler o tal livro, esse livro realmente não é para qualquer um,enfim me tornei ocultista desde então, e começamos a falar disso.Ele ligou para alguém e falou que precisa de uma ajudinha.
-Po fiquei curioso na hora.
O cara tinha dito que não ia pode ir pelo que ouvi.
-Pra quem que tu ligou?
-Pro Ph, mas ele disse que não dava hoje.
Eu conhecia o Ph e havia respeito envolvido, então eu disse liga denovo e diz quem está aqui.Ele ligou e me passou o telefone.
-E ae Ph ? Sabe quem é? È o Guto.....
-Po e aew cara?
-estamos tendo uma reunião hoje aqui, quero que tu venha.
Bah cara e que tinha uns rolos pra resolve, mas daqui a uma hora eu vou ai.
- então ta, abraço
Todos eram de certa forma ocultistas.
Eu e Beto falamos de família e outras merdas da vida durante aquela hora..

.Estava pensando, porra cadê o Ph? Nisso toca o interfone, era ele, eu sorri, pois sabia ....

Ele chegou, falei as mesmas merdas, disse a ele que deveríamos fazer uma ordem, mas que não fosse religião, mas sabendo que tudo acaba se tornando, e expliquei que tinha que ser individual, para cada ser seguir a si próprio, com base nos ensinamentos.
Mas aí esta o problema falei, porque as pessoas não querem saber, estão felizes assim, me lembrei de uma frase “A ignorância é uma benção” e então ficamos falando sobre isso.
Só para ter noção quando começamos a beber não eram 3 da tarde, quando eu chaguei no Beto, mas ele já estava bêbado, então ele começou a beber bem antes , e o Ph chegou as 4
e foi o ultimo a começar a beber.
Já eram 7 horas e o ph disse que tinha que ir, eu disse para ficar,mas não adiantou, quis ir e foi, mas ele disse para comprarmos rango para três.
Eu e o Beto fomos ao mercado que era perto da casa dele, já estávamos meio grogs.Chegamos ao mercado e falei, vamos fazer torrada, pão presunto e queijo, e beber algo.Decidimos comprar uma garrafa de uísque vagabundo.Estávamos lá eu e Beto, pegamos a garrafa de uísque e fomos comprar o pão, nisso só ouço aquele estouro no chão, era a garrafa de uísque. bah pensei. Teremos que pagar duas agora.
Falei .
-Bah Beto!
-Não cara, se eu não comprei não tenho que pagar é lei.
Eu não conhecia essa lei e fiquei meio assim, torcendo pra que de fato ela existisse.
-Beto sai do mercado que eu compro os pãess, e o uísque.
Po, o cara teimou até não poder mais. Então consegui convencê-lo, dei meu skate pra ele pra disfarçar e mandei ele sair, e ele aceitou.Comprei a comida e estava indo pra caixa com a comida e o uísque, quando vi o Beto falando com o segurança do mercado, mas eles estavam conversando e rindo então fiz sinal com a mão e o chamei.
-E ae? Que que deu?
-Nada não.
Hufff! Suspirei aliviado.

Pagamos e fomos embora.Chegamos em casa e comemos.Eu comi umas três, e já fiquei estufado.Decidimos beber então. Aquele uísque barato do caralho parecia que tinha sal dentro, era salgado., mas bebi mesmo assim.
À tarde bem antes quando o Ph havia chagado lá, tivemos uma conversa, eles estavam fazendo um manifesto,”terrorismo poético” acho que era esse o nome.
Já havíamos bebido três dozes cada e chegou o Garras, que iria da uma banda para nós fazer o tal manifesto. Ele chegou com cola, e era de sapateiro, pra que né, já viu, minutos após estavam todos cheirando cola.
Entramos no carro e fomos fazer a tal colagem de cartazes,já deviam ser passado da meia noite, ao meu ver aquilo não ia dar certo, porque os cartazes nunca duram, por mim nos devíamos era pixar com tinta, mas......
Hoje passei por mais de um dos lugares que colamos e não vi nenhum, o que me leva a crer que eu tinha a razão.
Após todos os cartazes voltamos para casa.E a rotina prevaleceu, sacolinhas de cola para todos. Eu me apeguei ao o uísque mas não fiquei só com ele.Apartir daí tudo é meio esquisito porque não me lembro direito, mas vou tentar descrever.
Bebemos e ficamos doidão, estava eu o Beto , e o Dudu. Foi uma loucura.
Lembro que uma hora falei pro Beto , -Meu se tu quer morrer tu me diz?? Imaginem o clima. eu escondia as sacolas aos poucos e eles iam ficando loucos, era engraçado.
Chambamos um, o que só deixou nós mais loucos.era foda porque toda vez que vejo o Beto parece que via ser a última, ele sempre perde as rédias.
Lembro que ele teve uma crise lá pelas tantas e eu o levei a cama, quando ele cansado , sei lá, adormeceu.
Voltei a sala e a garrafa de uísque faltav um 1/3 para acabar.
-po eu paguei por essa porra, se ninguém quer tudo bem!, eu bebo.
E bebi, eu matei a porra do resto que tinha na garrafa.
Cansado e podre, fui dormir,já deviam ser cinco da manhã, o Garras já tinha ido embora e o Dudu se atracava na sacola, e eu estava junk..
Dormi , e acordei cedo, porque o Beto se levantou cedo, eram 8;10h, se levantou e falou com o Dudu que estava dormindo na sala , ouvi o Beto rindo e se estourando de rir, parece que o Dudu tinha detonado a roupa com cola,e isso era foda ,eu sei como é.

Com aquele esparro todo e barulhera não era possivel dormir, e nao consegui, acabei me levantando. Dei aquela mijada matinal e fui até a sala.encontrei o Beto.Nos atracamos em uma garrafa de água e ficamos ali na sala.
Eu estava podre, nossa aquela era uma puta ressaca, estava mau, fiquei ali no sofá chapado de ressaca, há tempos não me sentia tão podre.já eram nove da manha e o Beto disse .
-vamos chambar um?
Sem esperar a resposta foi fazendo a mão. Chambamos e ficamos doidões, parecia que todo o pauladão havia voltado.foi uma porrada na mente.Minutos depois estávamos morrendo de rir, e berrando, riamós muito, ficamos ali lagartiando um tempão.
Quando já eram 11e 20 e vih que teria de ir embora almoçar, me sentia fraco, como uma vez que tomei benflogin e vomitei das 5 da manha as duas da tarde. A fraqueza era bem semelhante.
Então fui embora, o Beto desceu comigo para abrir a porta, mas não precisava porque ela já estava aberta, de qualquer forma ele tinha que levar o lixo pra fora.
Largou a sacola na lixeira, e nos abraçamos, até a próxima, falei.
Voltei pra casa de skate, estava podre.Entrei em casa e deitei na minha cama, extasiado. Não estava com a mínima fome, mas consegui comer sem vomitar.
Voltei ao meu quarto e desmaiei em um sono que foi profundo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Apenas mais um

As linhas em branco se tornam meu vicio, não tenho como escrever, um sonho é repetido toda noite
Afastem-se, ó belas donzelas da morte
Faça-me seu escravo essa noite
Ó príncipe da noite tenha aquilo que ensinei,
O medo
A vida
A morte
O amor por aquilo que nos detesta
Você ama e está escarrando
No teu sagrado
Amor
Valha-me deuses, tenho aqui uma coisa ímpia, o sonho dos amantes
Recorto e colo no meu álbum de sofrimentos a amizade que um dia
Estava viva entre nós.

Muitas
Vidas até você estar,
Chegar onde
Estou
A virtude do “deixado para trás”
Agora embala os sonhos dos amantes
Á QUE SE FODAM ESSES AMANTES
Quem sou eu para amá-los
Incompleto... Um dia acabarei esse poema

Busca na noite, a certeza?
–ó velho mendigo,
- vai, pega teu papelão e dorme na marquise
Ó
tenho medo da negação, da impotência, da ingratidão de um amigo
da mera certeza que eu estou errado
Ó senhor és escravo
ajoelha-te diante a tua ignorância
pede perdão por seres cristão – vai diz pro teu deus que a vida és injusta

vai, corre, chora
cadê, cadê ?
que eu não vejo
deve estar escondido no olho do seu cú
ou na reserva indígena que nunca existiu
vai saber onde posso
posso ter rapé, amanita a carne dos deuses, ó tenho tudo !!!!!

Amor não

Confiança é uma palavra
amor não
A noite vair cair
É inevitavel
Não pensar em você
É como uma doença
você me consome
Muito longe do acreditar
ainda tento ficar de pé
como posso cair diante aos seus?

Não me siga
não tenho as respostas
as portas ainda estão abertas
Não existe essa história de bons amigos
Meu amor o caminho é diferente
é só não olhar pra trás

S.T pt. 2

Nas estradas, por noites invernais
Sem morada, sem um abrigo
uma voz comprimia meu coração
Nasce-me uma razão
E o tédio já não é meu amor

Então já não sou prisioneiro
de mim mesmo

Diga-me rápido existem outros amores?
O canto sensato dos anjos se ergue:
o amor é divino
que venha, que venha
a hora da paixão

Nada de esperanças nem de recomeços
ciência e paciência
o suplicio é certo
Já passou
Hoje sei saldar
minha plástica existência

Sem Titulo

nem tudo é facil
nem tudo é de graça

Enquanto você transa, trepa
buscando um pouco de amor
estou no bar com amigos
a banda ainda não acabou

na vida você sabe
joque dados
no amor jogue pedras

não adianta nesse momento se desesperar
o que voce acreditava acabou
o que eu temia aconteceu
tudo nessa vida vida
é pra se perder

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Verão 1º movimento

estava de pé com ondas batendo nos meus pés
e ouvindo o primeiro movimento de verão das quatros estações de Vivaldi
quando abri a primeira lata de cerveja
sentei numa canoa que estava na areia, acendi um cigarro senti o vento me bater no peito
tomei em um gole a primeira lata e despachei
parti para a segunda e pensei que tinha que voltar pra essa merda
entao abri a terceira e a quarta acendi outro cigarro
a quinta e a sexta estava cantando Cordel
e enquanto escrevo essa merda tem uma porra de uma escola de samba tocando na minha janela
é um pouco mais preto confesso, mas é o mesmo Beto

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Heru-sa-Aset !!!!!
Ó velho senhor,
teus olhos são o dia e a noite
que por vingança subjulgou Seth
pela morte do seu pai
tornou-se o rei dos vivos no Egito.

Desaventuras pt. 1

Começou como um dia normal e fatídico (to começando a me acostumar). Sem cigarros e bebidas, tinha que reciclar algumas bitucas no cinzeiro, nada demais. A birra vem automaticamente (as drogas, elas perseguem). Fechei um palheiro e esperei, esperei. Pelo meio-dia, fui dar uma volta. Tentar conseguir um dinheiro com meu pai ou minha tia (amo vocês!). Na subida da Fagundes cruzei com a Lica, meio que chorando (acho que ela é meio problemática). Fazia três anos que não nos falava mos. Ficou feliz em me ver:
- você está lindo, cada vez mais magro essas coisas. Como ela tava um pouco triste convidei-a, para tomar um samba lá em casa, na verdade ela me falou para nos tomar um trago, apenas ofereci a casa. Parecia que Deus tinha lançado mão do seu sarcasmo. Compramos a bebida e fomos correndo para casa, nem tomamos um copo e já tava na cama com ela me comendo, como um bolo de chocolate com amendoim.
No quarto, foi como uma tempestade de verão, era como aquelas meninas que tem fogo na buceta não dava folga nem para gozar fora, queria mais e mais. O meu gato ficava sobre a cômoda, no lado da porta, como um pajé.
– Oh! Que bonito que teu gato é, psssi, psssssiiiisss, vem cá bichano.
– Faz tempo que tu tem ele? . Os gatos são uns amores né? Eu sempre quis ter um gato. É o bichinho mais bonitinho do mundo.
- É sempre quis ter um bichinho de estimação, mas meus pais nunca me deram. Dai peguei um gato. Queria mesmo era um panda, eles que são legais.
Quando saímos do quarto ela assumiu uma postura que nunca antes tinha visto, começou a me tratar como um bebê. Fiquei apavorado quando me chamou de “neném” e queria me dar colo. Fiquei praticamente uns dez minutos tentando assimilar aqueles nomes que nunca dantes me chamaram “bebezinho, meu frufru ( anda ouvindo Fagner?)”. Sentei no seu colo, pensando conseguir um bom boquete. Ficamos nos arretando e arretando. Pedi delicadamente para ela me pagar um boquete, ela me olhou de um jeito que parecia ser a mais velha do convento.
- Nunca fiz isso. Sabe. Acho que pra chupa, tem que ser de alguém muito especial, e alem disso eu não sei fazer isso, ela disse.
- Lica isso não tem um manual de instrução, só fazendo pra aprender.
Arrependi-me, ela, parecia que ia arrancar o meu pau, pelo menos botou tudo na boca (safada) um maldito aspirador. Para posterioridade não gozei.
Depois de um tempo cheguei achar que ela queria, sei lá, ficava me agarrando, ia à cozinha ela tava atrás, no banheiro adivinha porra muito chata. Vi que tinha uma coisa estranha era uma católica de quinta, pronto era isso que tava errado. Tudo bem fazer sexo promiscuo e beber na tarde, mas fazer um boquete, Deus não perdoa. Fiquei nisso a tarde inteira, e cada vez mais sem paciência, não suporto duas coisas judeus e cristãos.
Fui fazer o que sei, comecei a beber, e me esquivando de seus beijos como Kid foguete no beco atrás do bar. Nenhuma tática deu muito certa, pois ela sempre achava uma coisinha bonitinha e vinha me dar um beijo. Maldita cristãzinha.

Fragmento 7

nem mesmo perco tempo olhando para o que estou escrevendo?
que espécie de lamentos poderia eu elucidar?
hahaha.
perco-me na riso, na fumaça.
isto parece não ter fim.
e isto é oque mais me agrada,quem sabe, logo após a tragada o espaço onde o tempo nao obedece.


olhando uma gostosa e dando risada.
para de bater a cinza no chão.

uma viagem.
e nada mais.




******************



eis que vivo no mundo onde os belos são os nobres.
os fortes são os aptos, os magos não tem sorte.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Para Alguem Pt. 2

Todo dia me faço acreditar
que o amanhã será melhor
enfim sorrio
para cada dia que perco,
procurando no ontem
o que sei que não vou conseguir
no amanhã,
olhando bem dentro de você
o seu prazer é (quebrar corações)

veja bem o que você fez
nunca lhe entendi bem
para min e para você
era apenas uma brincadeira

Nós olhamos
por lados opostos
aonde está voce?
eu vou confiar em meus sonhos?
eu acho que dormi por um dia
acordei,
abri a porta e voce não estava lá
posso voltar a dormir?

veja bem o que você fez
é tão frio
voce ainda nao esta aqui
o amor nos separou
eu sei
se eu cair no sonho
que seja no sonho dos justos

o amor nos separou
ele nos separou
como nos meus sonhos
a lua ainda assombra o que quero
matar

que ela seja
o menor
dos meus problemas

voce me roubou
me tirou
me fez
acreditar
no que voce dizia

me faca acreditar que nunca mais vou ver voce

se um, dia me vir na rua
por favor entre em uma loja
não me faça
acreditar que voce voltou

eu sou hoje
aquilo que voce odiou ontem
tenho minha banda
e canto pra voce
...

Explicações possíveis da heteronímia

Vários caminhos convergentes, assinaláveis nas prosas inéditas, nos levam a explicações possíveis da heteronomia - como se a pluralidade estivesse realmente no cerne do “caso” literário de Fernando Pessoa e a consciência disso manejasse os fios do seu pensamento.

Eis algumas dessas explicações:

* * A constituição psíquica de Pessoa, instável nos sentimentos e falho de vontade, teria gerado a multiplicação em personalidades ou personagens do drama em gente.

Pessoa explica o aparecimento dos heterónimos dizendo que a origem destes reside na sua histeria, provavelmente histeroneurastenia, logo numa “tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação”.

Vários fragmentos das Páginas Íntimas atendem “à dispersão do eu”.

* * A qualidade de poeta de tipo superior levá-lo-ia à despersonalização. Com efeito, na concepção de Fernando Pessoa, segundo um fragmento inédito, há quatro graus de poesia lírica e no cume da escala, onde ele se coloca, o poeta torna-se dramático por um dom espantoso de sair de si.

No segundo grau, “o poeta ainda mais intelectual, começa a despersonalizar-se, a sentir, não já porque não sente, mas porque pensa que sente, a sentir estados de alma que realmente não tem, simplesmente porque os compreende. Estamos na antecâmara da poesia dramática, na sua essência íntima. O temperamento do poeta, seja qual for, está dissolvido pela inteligência. A sua obra é unificada só pelo estilo, último reduto da sua unidade espiritual, da sua coexistência consigo mesmo.

“O quarto grau da poesia lírica é aquele muito mais raro, em que o poeta, mais intelectual ainda, mas igualmenta imaginativo, entra em plena despersonalização.

Não só sente, mas vive os estados de alma que não tem directamente, supondo que o poeta, evitando sempre a poesia dramática, externamente, avança ainda um passo na escala da despersonalização.

Certos estados de alma, pensados e não sentidos, sentidos imaginativamente e por isso vividos tenderão a definir, para ele, uma pessoa fictícia que os sentisse sinceramente.

Não se detém Pessoa precisamente no limiar do seu caso excepcional de poeta múltiplo, autor de autores?

A heteronimia seria o termo último de um processo de despersonalização inerente à propria criação poética e mediante o qual Pessoa estabelece uma axiologia literária.

O poeta será tanto maior quanto mais intelectual, mais impessoal, mais dramático, mais fingidor - é o sentido pleno da “Autopsicografia”.

O progresso do poeta dentro de si próprio, realiza-se pela autoria sobre a sinceridade, pela conquista (lenta, difícil), da capacidade de fingir: “A sinceridade é o grande obstáculo que o artista tem de vencer. Só uma longa disciplina, uma aprendizagem de não sentir senão literariamente as coisas, pode levar o espírito a esta culminância.

A alquimia poética pressupõe o aniquilamento da sinceridade humana, um longo tratamento das sensações como ingredientes. O génio é uma alquimia. O processo alquímico é quadrúpulo: 1) putrefacção; 2) albação; 3) rubificação; 4) sublimação.

Deixam-se primeiro apodrecer as sensações, depois de mortas embranquecem-se com a memória; em seguida rubificam-se com a imaginação; sublimam-se pela expressão.

Exprimir poeticamente significa fingir.

* * A qualidade de português levaria o poeta a despersonalizar-se, a desdobrar-se em vários.

“O bom português é várias pessoas - reza um fragmento inédito. Nunca me sinto tão portuguesmente eu como quando me sinto diferente de mim - Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Fernando Pessoa e quantos mais haja havidos ou por haver”.

Se um indivíduo deve despersonalizar-se para seu progresso interior, uma Nação deve desnacionalizar-se - e esta é em particular a vocação portuguesa.

O ideal que Pessoa inculca a Portugal, é consequentemente o que se propõe a si próprio: “Ser tudo, de todas as maneiras, porque a verdade não pode estar em faltar ainda alguma coisa” - o pluralismo, o politeísmo.

* * A multiplicidade do escritor seria o produto necessário de uma nova fase de civilização - fase que Fernando Pessoa caracteriza ao explicar o Orfeu e o sensacionismo dum ângulo sociológico.

A decadência da fé, quebra de confiança na ciência, a complexidade de opiniões traduz-se pela ânsia actual de “ser tudo de todas as maneiras”.

A poesia poderá entender-se também como resposta a um estado colectivo de crise, mas em sentido diferente, isto é, como antídoto, como bálsamo espiritual.

Caeiro, libertador imaginário, um remédio (provisório) para a dor de pensar de que sofre Pessoa ortónimo, uma fuga.

Pessoa ter-se-ia dividido para se compensar.

Heteronimia seria um modo de suprir a carência, verificada na época, de personalidades superiores, e em especial de grandes personalidades na literatura portuguesa: “Com uma tal falta de literatura, como há hoje, que pode um homem de génio fazer senão converter-se ele só em literatura?”.

Texto retirado na www.ufp.pt

Fragmento 6

Foi-se o tempo de boa terra
foi-se o tempo em que se espera
e tambem sem mais
foi-se a duvida desses dias

com a fome de um perdedor
nessas cidades cheias de mentiras
bocas rotas carregam palavras de esperança
esperança iluminada ditada por homens

de que adianta ter fome ?

esabafo sobre Tarso de Castro a Jornada de Literatura

é professor as vagas sao limitadas...
quem nao pode pagar ou nao conseguiu fazer a incriçao faz oque... bate palma?
que legal a capital nacional da literatura exclui seus proprios filhos em troca de professoras (vagabundo(as) , no bom sentido) possam ficar comendo pipoca e tomando chimarao na tenda da cultura, enquanto verdadeiros escritores e jornalistas que realmente sabem quem é tarso de castro sao excluidos de forma mais direta possivel.
entao digo uma coisa pega sua jornada de literatura e enfia no meio da bunda de voces que sao os escolhidos pra participar dos debates, e nao esquentem com nos, vamos continuar com nossos jornais de contra-cultura. Voce sabe que o Taso fundou o Pasquim, nao? garanto que mais da metade nao sabe disso eheheheh ( acham que so é o filho do fundador do O nacional)
me poupe professora quando " A Capital Nacional da Literatura " estiver disponivel a todos conversamos, mas ate vai tomar no seuC*
grato pela atenção
Roberto Gradaschi

Te Amo Passo Fundo

O seu céu feio
A capacidade de destruir
O dia que não passa
A catedral que anuncia
O turista que admira
As vezes que chorei
O seu grande cantor
A jornada
O sétimo céu
A gare
O amor pela terra
As pessoas que correm
O seu ar pesado
A neblina de concreto
O velho pessimismo
A sua maquina sem óleo
O silencio que não existe
As coisas que você faz
O inverno que nunca chega
A manhã que sempre nasce
O povo intelectual
A facilidade de esconder
O jardim que você não tem
As mulheres que não me conhecem
O seu titulo
A moron
O carga pesada
A grande avenida
O bokinha
A capital do planalto médio
Pega tudo
E enfia no
No cú

Para Alguem..........

(baseado no livro Stardust de Neil gainman & Charles Vess)

"Minha noite, meu norte
minha dama, meu sul
meu sonhos, teus abraços
teus desejos, minha alma"

Quando por amor, prometi uma estrela cadente para meu amor,
cruzei o muro dos mundos, aventuras e perigos passei
e a estrela caida achei e acorrentei em meu punho para ela dar a você
por tortuosos caminhos a arrastei e vaguei sempre sem saber dizer qual,
o caminho sempre acertei
por quatro anos vaguei na terra das fadas

quando cheguei vi que meu amor já era de outro
e com penar chorei e amaldiçoei as três bruxas velhas pela verdade que falaram:
" Nem sabe por que nasceu, e fez uma promessa tola.
Por isso ele está aqui sozinho e infeliz
Para logo logo encontrar o desdem de sua amada"
Sem mais verdadeiro, me vi acorrentado ainda pequena estrela
com palavras de inverno e frio, rompi a nossa corrente estrela
e parti,
a pequena estrela, pegando em minha mão disse:
- não há outro amor alem do meu por você

Histórias curtas e sem Graça Pt. 2

Num fim de tarde cinza, um anoitecer pálido cai em Passo Fundo. Talvez isso signifique algo, mas eu não me importo. Enquanto as pessoas cinzas normais seguiam seu caminho em ondas pela avenida em direção as sua tocas. O limiar do dia pairava sobre os plátanos da praça. A noite chegou gentilmente, quase que como um abraço nos envolveu e confortou, sabendo ela que éramos suas crianças favoritas. Ela veio com seu passo largo e com pressa, mesmo assim ela nos beijou e gracejou sobre o tempo, diz que está atrasada e nos acaricia. Entre seus dedos enrola nossos cabelos e diz para nós nunca nos preocuparmos com eles. Seu perfume fica, no ar denso e pesado, me remete a dias quando as glórias das batalhas ainda eram vivas e celebradas na gare. Sentimos e comentamos sua falta. Cantamos assim enquanto a ultima garrafa de vinho se espatifa a dois passos da lixeira:

Veja,
Minha noite, meu norte,
Minha luz, meu amor
O filho que nasce já espera morrer
E cá estamos nós
Minha senhora, minha noite
Meu norte, meu amor
Esperando seu beijo que liberta
Que afoga as mentira dita por homens sem oeste
Que fogem para o sul e esperam o príncipe
Sem saber que a senhora é rainha

Minha senhora, meu bem
Minha dama, meu segredo
Que fujam diante sua presença, minha noite

EU

A passagem da vida que escorre entre os dedos atrofiados e cinzas
manchados de nicotina é lenta,
meus dedos languidos seguram a areia como uma cinza de ópio.
O farelo da vida não vale o cachimbo e o vinho a tempos anda amargo,
o fedor do bairro agora está na minha sala.

A maestria do momento me lembra Mozart
quem tem tempo a perder?
não eu, há conspirações em cada prateleira,
deixo os homens com seus heróis e vilões com nomes engraçados.

Estou morrendo a cada minuto
não há nada comparado a isso,
quero comprar alguém que eleve minhas orações
alguém que se importe.
eu vou fazer você acreditar,
você precisa confessar,
alguém que se importe.

Compre seu próprio Jesus,
você sabe que ele lhe perdoará,
não sou assim,
toque na minha face
e veja o quão sou frio.
o dia nasce
a primeira dose da droga meu corpo sente
todas minhas células clamam, imploram, celebram
o primeiro trago do cigarro, ainda na cama
a fumaça dançando ao som de Drummond:
“A língua, inda sangrando em cacos de palavras”
até o teto ela sobe e se despedaça
pela janela entram os raios de sol
esse sol que despedaça a noite
flutuando pelo corredor chega a alegria da manhã
deita ao meu lado e enrola seus dedos em meus cabelos
sussura no meu ouvido que está atrasada
me serve mais uma dose e sai para voltar quem sabe quando
quando saio do quarto vejo a bagunça
são ao todo 18 garrafas fora as de antes
as pessoas foram embora
sento para escrever
mas quem disse que você me deixa em paz ?
com seus problemas de terceira
Merda amanhã de manhã limpo tudo

O terror que assolou muros e burgueses
que cai nas graças dos próprios
aquilo que o manteve vivo, que o matou
a poesia pobre, do gueto que era seu mundo
de zurique a Tóquio
do amor que se esqueceu, e perdeu
do que nunca teve
os 3.000 em caviar
a henry que te consumia
o que vejo em min
você riu e pintou
e eu sem saber acabei na parede
de um milionário qualquer
Eu acaba hoje a noite.

Histórias curtas e sem Graça

Para eu contar minha vida, tenho que contar a história de minha família. Neste momento paro e penso, -porra que merda, eu vou escrever da minha família. Não vou escrever da minha infância, pois não tenho na para contar neste momento.
- eu me lembro de você, Beto. Ela me falou. Seu nome era Vitória, (ela minha colega no meu primeiro grau), Era apaixonado por ela, tal qual era apaixonado por jazz, por Burroughs ou por De Quincey Ela apenas me mostrou como lavar a louça ou não amassar o colarinho, quando passava pela minha cabeça os seus braços e me beijava.
Quando me internei no Bezerra, nunca esperei por você. E tu surpreendeu com sua carta me dizendo que esperava por mim. Naquele dia sua presença foi ofuscada pela do médico, ele que nos trazia os remédios, desculpe você só me trouxe desgosto.
Nesse dia me lembro que chorei quando te vi. Minha vida parecia que se resumia as verdades que eu mentia. Que eu te disse, nunca diga, Cláudia, que tua fé é maior que o meu amor que eu sinto por você. O teu Deus te abandonou quando tu desceu do carro e nem me olhou na minha cara pra dizer e a mãe tinha morrido. Não te culpo minha irmã, teu amor pelo o Homem que diz que é, e nunca errou e nunca será, nem metade do que sou. (Eu sou apenas sombra de mim mesmo). O sonho é ” O homem no Qual Fala e Diz e Jura e Reze e bebe e Ignora seu destino é, será aquele que me apóia, me ajuda, chora comigo, me desperta e me conforta,
De vinho, virtudes ou paixões a escolha é vossa, mas embebedai-vos Pepo.
Nunca diga Pêssego, que o tempo é razão. O ponto que é o errado, é que os chatos, nunca lêem os meus rodapés...
Os Sonhos dos meus irmãos se tornam um pouco pesados, meu amigo, pode não ser filho de um deus. Mas meu Irmão , Pepo, sabe que eu nasci para cantar. O meu melhor tesão foi quanto eu lhe disse que o seu irmão não matou sua mãe, por que ele jogou o limão fora, quanto ele sonhou com você.

Fragmento 5

De franciscanos o mundo tá cheio. Respondi quando ela me estendeu o lenço. Não sei, mas me irritei quando ela errou a veia pela segunda vez. A coisa se espalhou pela casa, tomou conta do teto, do quarto, da cozinha e do banheiro. Ela ficou bonita atrás dos gatos, mas é só. Oh! Coitado, o que aflige? Por min não serás perdoado. Beijas a tua mãe com essa boca. Se ela soubesse... A vanguarda está comendo vários rabos por aí, mas eu sei de alguns que ela não vai pegar.
A dona bonita do puteiro nos mandou embora, ela não gostou do que fizemos no banheiro. Depois sangramos ela como um porco, cortamos ela debaixo do sovaco até o brinco e foi, PUF, PUF, PUF.
Somos de planetas diferentes
- Na melhor das hipóteses, nós pegamos 50g.
- Não acredito nisso, é muito fácil nesta época descolar as vermelhinhas.

Notas

Somos os primeiros a saber e compreender, estamos a quatro doses do resto do mundo. Acordei. De quem é este quarto? Apesar dos pesares somos os maiores filhos da puta do universo. Mas ainda há quem diga que o céu é azul, pelo reflexo dos raios solares nas partículas de poeira na atmosphera. Meu Deus tenho que matar este Duende filha da puta que fuma meus cigarros quando durmo, mas primeiro tenho que cuidar do monstro do banheiro que não dá a descarga, depois destroçar o troll que assalta minha geladeira...

Fragmentos 4

A
casa se mantêm, vendendo a ultima droga criada pelos turcos. É um sintético, extraído da medula de recém nascidos. A neblina toma conta de Passo Fundo quando a noite cai. Torna-nos, criaturas da noite, invisíveis, podendo rastejar livremente entre suas ruas. Onde é roubar ou ser roubado, é estar sem o dinheiro, sem mulheres, sem a dosagem diária necessária de droga para se atingir o nirvana particular, evitando assim as cólicas da abstinência que ficam sempre à espreita, aguardando escondido nas partes mais sombrias de cada homem.
JESUS FODE CÚ
JESUS FODE CÚ
O sonho do homem que cata latas é o mesmo do que as joga no chão. Na beira da praia preparando o baseado, no entardecer quando o mar derrete o sol, vou te mandar se fuder.

Notas

Eu não leio a Veja e odeio o Millôr, prefiro o Tarso. Esse sim era foda, era gaúcho porra!!!. Tocava medo e comia todas cariocas, eles se apavoravam. O sonho de beber uma cerveja com Cartola e Adoniran fudeu, tinham compromisso. Tudo bem deixa pra próxima, o P. e o G. servem, por hoje. Weezer até que é legal.Nota mental: É vero, chá verde tem gosto de chimarrão, e requentado NÃO BATE.

Sonhos

A
câmera começa a funcionar assim que abro a porta da frente. É um sistema de vigilância ultramoderno, nunca perde nenhum movimento, elas podem filmar até os seus pensamentos, entrar pelos seus poros, direto para o cérebro. Eles querem me manter na linha.
*Estou na casa de minha tia, vejo o bob e meu tio conversando e fumando um fumo muito doce na narguilé. Arturo está impaciente no meu colo, brincando com uma barata. Me olha e diz que é hora de ir para casa, concordo. Eu sempre confio no meu gato.
*Garras me vem com um casaco muito curto, dizendo que era de um dos Kinks. Muito fino. Todo tem um lado B. À bebida está acabando e um rapaz me bate à porta com alguns biribins. Alguns ficam voando muito rente à sua cabeça como uma auréola pousando em seu ombro esquerdo, tem uma presença forte e confortadora, alguns biribins pousam no cabelo do garras fazendo-o rir e se debater, voando pela janela grita : “Saiam da minha cabeça”.
*Minha cama fica vermelha, toma para si o tamanho do quarto. As cobertas cheiram a terra, sinto em minha perna uma cobra enrolada. Aos poucos ela se move sobre meu corpo, no meu peito ela dá o bote. Não consigo me mexer, seu peso me sufoca. Acordo gritando e pulo da cama, meu gato e uma cinta.


Não há mais sonhos esta noite

Fragmentos 3

Palavras bem ditas, já salvaram alguém da forca? É engraçado quando vemos alguém dependurado na corda, não? Nunca vi ninguém com a corda no pescoço, declamar Pound. Eles tendem a gozar nas calças, é repugnante.
Com Sadam foi diferente, ele a beijou antes de abraçá-la. A melodia, ela me desperta antes do nó se fechar, a reconheço, é Chopin. Uma polca começa a tocar, a droga me ânsia a escrever, no andante da melodia.
Como se fossem rosas, nos meus braços elas nascem, minhas veias anseiam a tão esperada dose. Não há o que escrever, o piano, me derruba do terceiro andar.
- Eles me vêem. Sabem que o Beto, este que vôs escreve, estava lá. Ele como amigo, acredita em seus comuns, os ama. O fardo de minha espada me torturava, quando D. chegou, trazendo boas novas de seus trafis. No carga poderemos encontrar um breu. “Carrego-me de esperanças, já que, o Pepo ta bodeando e não adianta falar com ele, e eu to ultimamente numas pilhas, que vou dormir as oito da manha” nos olhos vendo que seus amigos estavam a duas milhas adiante de si, pensou consigo mesmo: “tem relação com o Partido. “Eles são legais.”
Todo mundo sabe que durante o helenismo, figuravam várias correntes filosóficas:
- Estoisismo: indiferença ao prazer e a dor (Zenão de Eléia)
- Epicurismo: pão, água e amigos, (Epicuro)
-Pirronismo: A felicidade consiste em criticar (Pirro)
A escola de Mileto (os três de mileto): Tales (água), Anaximes (ar), Anaximandro (infinito), a Arché do ser (logos).
Não consegui escrever mais ontem, o conhaque foi o ponto final. Hoje de manhã fumando o ultimo cigarro, entendi a vitória que é acordar todo dia. A criatura que você criou, agora está desperta, nesta hora do dia anseia por uma dose forte de qualquer coisa. Procura em cada fresta, cada rua negra é uma pousada. Um futuro em cada esquina, a iluminação pelo vinho, o cigarro que me sustenta, a certeza de que tem algo lá. Tudo isso muito cristão.

Fragmentos 2

Vendo o cérebro como um computador, podemos presumir o cogumelo como a adição de uma nova partição do HD. Uma parte alternativa e independente do sistema operacional padrão. É um software livre, que tem uma maneira funcional diferente do Windows cotidiano. A maconha será meu disquete para o boot inicial do dia. A apartir dela escolherei a partição que me favorece a minha diversão. Uma nova idéia nasce nela, à certeza que todos estão errados.
Um gato, dois gatos, três gatos, correndo pela minha cabeça... A dose normal já não satisfaz.
O presente se abre dentro de mim, a Deusa voltou a falar comigo, sinto lentamente, suas cápsulas, explodindo à subir pelo meu peito até a minha cabeça, chegando ao ego. Volta pelos meus braços, até minhas mãos. Ele se torna parte, parte das teclas, ele sente a angustia das palavras dentro de mim, como em “A Passion Play”, uma tempestade movida por Sax e Flautas e Oboés.
Vejo minha vida lá embaixo, pergunto-me o que estou procurando tão baixo.
Respondo-me: “Família, cachorro que mata ovelha e eleitor do Collor, só matando!!!!
Vocês que estão me vendo agora, (finjo não notar esta parede de espelho que me separa de vocês), preparem-me uma dose, sem gelo e um pouco de água com gás. Gelada.

“Não me liberte
Estou fadado a servir o reverso da medalha
Whitman é o melhor
Miller pai
Hemmingway avô
Kerouac mestre
Burroughs professor
Bukoswki velho safado
Ginsberg poesia
Dylan Deus
Marx Criador
Glauber liberdade
Eu aprendiz”

- Dr. Gradaski, precisamos de você na sala dois. Venha imediatamente - ouvi isso quando tomei duas daquelas que faz pensar.
O bravo soldado caiu quando voltou salvar seu amigo. Devo cair também?
Cada gole me afunda na incerteza, no vazio, me faz acreditar naquilo que faço, na junk que me sustenta, nas mentiras que digo e nas mulheres que eu amo.
Tenho em meus amigos o meu abrigo, amo todos eles e os louvo.
Os meus amigos, anjos salvadores, meus guias nas horas de escuridão (Beware of Darkness). Aqueles que acreditam em mim, que sabem, “um dia ele conseguirá. Dará aos outros, as palavras que guarda”.
Eles, eu os amo. Nada do que eu fale, um dia será desmentido, vocês são a minha sanidade.

Sobre Gatos Pt. 1

UM gato, dois gatos, correndo pela sala...
UM é preto, outro malhado
UM é meu, o outro do Ph

UM gato, dois gatos, pulando pelos móveis...
UM foge, outro persegue
UM perde, o outro vai dormir

UM gato, dois gatos, enchendo o saco...
UM morde, outro arranha
UM caça, o outro incomoda

Na próxima apostamos

Fragmento 2

L
evantei cedo hoje, tive uma noite bem mal dormida, daquelas que se bate a cabeça na parede para ter paz. Sentia-me um rato numa roda, rolando na cama pela eternidade. É engraçado como o tempo não passa quando se está de insônia, parece que ele vira uma nevoa densa que cobre tudo ao seu redor, impossível ver a um palmo dos seus olhos. Todos os seus problemas lhe visitam, batem na porta e sem licença tomam o melhor lugar na sua cabeça, fazem questão de mostrar que a realidade é abstrata, pois quando o que você mais precisa é de descanso, ficar acordado é nauseante; sua cabeça pesa seu corpo não responde e por fim a hiper-realidade (limiar entre estar acordado e dormindo), nesta parte você vive um sonho, se alevanta, vai ao banheiro, acende um cigarro, volta pra cama, num estado comparável ao transe. Você começa a ficar impaciente e as horas não correspondem ao esperado, elas simplesmente se negam a passar. Você tenta ver TV, é ridículo, pois seu corpo está em um estado, já á muito tempo biologicamente tentando repousar. Em uma batalha travada entre o corpo e a mente, geralmente quem perde somos nós, como uma batalha entre o céu e a terra, em que o premio é a humanidade. Neste ponto (mais ou menos após seis horas de insônia), você começa a ter alucinações, não são visuais (em meu caso), mas sonoras e desgastantes, carros buzinando, pessoas gritando, foguetes.
Estou acordado a 27 horas, sem uso de anfetaminas ou outras drogas inibidoras de sono e apetite, e creio que voltarei a escrever esse texto amanha.

Fragmento 1

Não há duvida que a relação entre deus e o homem, a igreja e a sociedade; integra a mais frágil cadeia de pensamento. Formando assim cada vez mais cristãos para fazer peso na terra.
Dê-me minha droga grita o cristão em meio aos leões.
- Mostre-me seu deus grita a platéia, fique parado deixe-o vir salva-lo,
- qual morre mais rápido o judeu ou o cristão?
–Viu, o leão prefere o judeu, são mais gordinhos.
A morte os cerca, apavorando-os na forma de garras, com seu hálito doce e inebriante de Absinto, o seu pecado. Na ponta do cigarro, visões cósmicas carregadas de raiva e energia, moldando o corpo volátil de Deus.
- não haverá sonhos está noite, garoto. Gritou o homem que carrega a bandeja, que não contem só a face de Deus, mas também sua arma.
Ele não quer salva-los. Nem irá, não é da sua natureza. Só há verdade onde há cinzas. Dentro da sala ao canto, perto da janela, fica seu altar. Banhada de sangue está a estátua coberta de gelo. O sol invernal, a aurora boreal...
Sussurro em seu ouvido: “deixe-me ser sua pequena morte até a grande morte chegar.”
Ela concebe em seu útero de pedra duas pequenas cápsulas, que tomo e uso para escrever, mas faz tempo que ela não fala comigo.
- Eu tenho o vinho e a porta, (a chave está a muito perdida em seu bolso, Doutor), eu quero a buceta celestial, quero o orgasmo, a pequena morte... Sexo é a única opção
“Ela era como uma mãe para mim” foram suas ultimas palavras.
Quero minha dose, meu copo, meus cigarros que tirou. Maldita enfermeira.
É o tesão do medo, a fissura de ser apanhado, correndo por seu estomago. Não diga que não sente, é como cogumelos. É como a primeira vez que você lê “Balada do Velho Marinheiro”, bate fundo, muito fundo. Tão fundo que seu ego não suporta sua presença e vai fumar um cigarro. Com as cinzas negras, faça outro cigarro e misture com tabaco e maconha, você verá pelos olhos do seu ego.
As velhas da rua debaixo ficam excitadas quando os jovens entregadores passam. Neste momento, ereção e depressão se alternam. O prêmio de hoje é o cú de Loki. Os meninos sabem e esperam, nunca se viu tantos escritos como hoje. A falta da droga me destrói, me modela ao seu jeito, agora sou liquido, amanha fumaça. “Tornaram-se escravos do meu sangue” disse Jesus, “bebei e multiplicai-vos”. As bichas da faculdade, os escravos do banco, os operários, serventes, padeiros. Usam minha droga, Chupam por ela, eu a possuo e não a vendo.
- Quero ver eles viverem sem seus rins, tirei deles enquanto rezavam. Disse o duque, com seu Scoth com paregórico.
- Não aposto, sei que são teimosos quanto a isso, eles amam a vida de miséria que vivem, até agradecem por sempre estarem fodidos.

Fantasma

Um cigarro queimando no parapeito, um gato que mia no andar de baixo, o fantasma de Salieri, eternamente flagela-se cuspindo a Deus seu crime. Uma criança que chora, o homem que bate na mulher e diz que a ama, as vizinhas lésbicas com seus véus de aranhas.

O vizinho que sente que hoje será o seu dia, engana-se e vai ao bar beber. O pássaro que cuida do ovo do cuco como se fosse dele. A Aurora despertando, indicando mais um dia agonia. As blasfemas e balburdias do bêbado sem a droga. Todos culpados. A mulher que beija o filho dando tanta atenção ao seu fruto, sabe ela que não vai viver mais um dia para vê-lo. As ameaças, as guerras, os conflitos fazem parte de mim. O cigarro entre meus dedos é a minha pena. O medo das minhas palavras os faz culpados. Uma sombra entre Uno e o mundo, faz as coisas como são. A porra da camada de ozônio, os vermes que se alimentam de petróleo, os homens que pregam a Deus, os que morrem por ele, todos culpados. Um junkie sentado na frente do computador, ansioso pela próxima dose. O sonho do gato que conseguiu pegar o rato, agora eles são amigos. O recreio da escola, cheio de almas não lapidadas. A namorada inocente, que não sente a intenção do garoto. Homens tentando serem aquilo que não está a eles destinado, todos culpados. Uma bola que com muita pericia consegue encontrar o gol. O seu filho com quatro anos, lhe perguntando por quê. O gerente que abusa de seus funcionários porque pode, enfia o trabalho no seu cú. A janela aberta que filtra o que vem de fora. A névoa que cobre tudo e a todos, tornando densa a realidade, que todos fazem questão de ignorar. Eu não a ignoro e a vejo. Os loucos no bezerra, viciados, junkies que a ignoram, e pagam com sua sanidade. Os amigos indo para a escola, prontos para ter a tarde livre, também a ignoram. Enquanto o dia está nascendo, eu estou dormindo.